Propostas de Melhoria do Bitcoin (BIPs) são documentos de design aberto para introduzir novos padrões e funcionalidades ao Bitcoin, como novos tipos de transações, como SegWit, ou suas propriedades, como replace-by-fee (RBF).
Propostas de Melhoria da SatoshiLabs (SLIPs) são documentos semelhantes aos BIPs, que não são adequados para submissão como BIP. Os SLIPs são gerenciados pela SatoshiLabs e, frequentemente, estendem um repositório de BIPs, por exemplo, com uma descrição detalhada das estruturas de carteiras.
Os dispositivos Trezor e o Trezor Suite implementam muitos desses padrões, conforme descrito abaixo.
Derivação reforçada e não reforçada
Existem dois tipos possíveis de derivação BIP32, reforçada ou não reforçada. Na notação padrão do caminho BIP32, a derivação reforçada em um nível específico é indicada por um apóstrofo. Por exemplo, o seguinte exemplo de derivação reforçada é usado para os três primeiros níveis, enquanto para os dois últimos níveis é utilizada a derivação não reforçada:
Com chaves não reforçadas, você pode provar que uma chave pública filha está vinculada a uma chave pública pai usando apenas as chaves públicas. Também é possível derivar chaves públicas filhas a partir de uma chave pública pai, o que possibilita carteiras de visualização apenas (watch-only). Com chaves filhas reforçadas, não é possível provar que uma chave pública filha está vinculada a uma chave pública pai.
Por razões de segurança, o uso de chaves reforçadas é mais seguro, mas existem casos de uso para chaves não reforçadas. Uma chave pública estendida de um pai, em conjunto com uma chave privada filha não reforçada, pode expor a chave privada do pai. Isso significa que chaves públicas estendidas devem ser tratadas com mais cuidado do que chaves públicas regulares. Esta também é a razão da existência das chaves reforçadas e por que elas são usadas no nível de conta na árvore. Dessa forma, um vazamento de chaves privadas específicas de uma conta (ou inferiores) nunca compromete o mestre ou outras contas.
Este BIP descreve a implementação de uma frase de recuperação e sua relação com a semente mestre binária do BIP32. Ele consiste em duas partes:
Este BIP define uma implementação de uma carteira HD baseada no BIP32 e BIP43. Em particular, ele descreve a estrutura de uma carteira multi-moeda para endereços P2PKH (por exemplo, endereços que começam com 1 no Bitcoin) e o algoritmo de descoberta da carteira:
m / 44′ / coin_type’ / account’ / change / address
Este BIP define uma implementação de uma carteira HD para endereços SegWit P2WPKH-em-P2SH (por exemplo, endereços que começam com 3 no Bitcoin). Exceto pelo tipo de endereço, é semelhante ao BIP44:
m / 49′ / coin_type’ / account’ / change / address
Este BIP define a implementação de uma carteira HD para endereços nativos SegWit P2WPKH (por exemplo, endereços bc1 no Bitcoin). Exceto pelo tipo de endereço, é semelhante ao BIP44.
Este SLIP atua como um registro para todos os bytes de versão HD de moedas.
Relação entre bytes de versão e endereços: tecnicamente, um endereço é uma forma codificada em base58check de um compromisso de transação prefixado pelos bytes de versão.
onde o compromisso de transação é o hash da chave pública para P2PKH ou o hash do script para P2SH.
Diferentemente dos compromissos de transação, os bytes de versão e endereços não são incluídos no blockchain. Em vez disso, eles são implementados no nível do software de criptomoedas por carteiras e serviços. Às vezes, essa implementação pode mudar, o que leva a confusão entre os usuários e a problemas de transação com serviços que são lentos para adotar a mudança. Esse foi o caso do P2SH da Litecoin, onde o prefixo de endereço mudou de “3” para “M” para evitar confusão com endereços semelhantes no Bitcoin. Em tais casos, são necessárias ferramentas personalizadas para converter um endereço em um formato diferente.
Este SLIP define uma versão estendida do formato de serialização especificado no BIP32. Essa versão visa superar algumas limitações da proposta original. A primeira modificação inclui o caminho completo BIP32 do nó exportado, e a segunda modificação é a remoção do campo de impressão digital (fingerprint).
Este SLIP é informativo. Ele descreve uma carteira determinística de teste de estresse, que pode ser usada para testar vários casos extremos que esse tipo de carteira pode encontrar. O desenvolvimento da carteira determinística Trezor mostrou que há muitos tipos diferentes de transações na rede. Para simplificar o teste do histórico de transações, os desenvolvedores da Trezor tiveram a ideia de criar XPUBs especiais que conterão esses diferentes tipos de transações.
Este SLIP descreve como derivar pares de chaves privadas e públicas para tipos de curvas diferentes de secp256k1.
A Trezor gera todas as chaves a partir de uma sequência mnemônica de 12 a 24 palavras e, opcionalmente, uma senha. O padrão BIP39 descreve o procedimento para calcular uma seed de 512 bits a partir dessa senha. A partir dessa seed, a Trezor pode criar várias chaves mestres, uma para cada curva. Ele utiliza um processo semelhante e compatível ao BIP32. Para outras curvas, utiliza um sal diferente do BIP32. Isso evita o uso da mesma chave privada para curvas elípticas diferentes com ordens distintas.
Este SLIP descreve a criptografia simétrica de pares de chave-valor usando uma hierarquia determinística. A chave não sai da carteira de hardware, e o usuário pode ser solicitado a confirmar a criptografia/descriptografia na tela do dispositivo. É usado principalmente no SLIP15 e SLIP16.
Este SLIP descreve um formato para salvar metadados de transações de Bitcoin (etiquetas para contas, transações) de maneira segura, em relação a carteiras HD, especialmente (mas não limitado a) carteiras HD de hardware.
Este SLIP descreve um conceito simples de criptografia para um dispositivo de hardware destinado ao armazenamento seguro de senhas. Ele é usado no Trezor Password Manager.
Este SLIP descreve a autenticação usando hierarquia determinística, um método utilizado para autenticar em vários serviços, como sites ou shells remotos, utilizando uma hierarquia determinística. Ele é usado para login em diversos serviços com a Trezor.
Este SLIP descreve um método para implementar o algoritmo de Diffie-Hellman de Curva Elíptica (ECDH) usando uma hierarquia determinística. O uso de hierarquia determinística para criptografia e descriptografia é ideal, pois os mesmos conceitos de backup fácil, aplicáveis ao backup de carteiras determinísticas, podem ser aplicados ao backup de chaves privadas.
Este SLIP descreve uma implementação padrão do compartilhamento secreto de Shamir para seed de recuperação. É uma alternativa multiusuário ao BIP39.
O SLIP39 foi implementado pela primeira vez na versão de firmware 2.1.3 para a Trezor T. Consulte o backup Shamir para mais informações.
Este BIP ativou o SegWit como um soft-fork no Bitcoin. Ele também é um pré-requisito para a Lightning Network, pois resolve o problema de maleabilidade dos tipos de transação anteriores ao SegWit. Em particular, o BIP141 define os seguintes novos tipos de transação: P2WPKH, P2WPKH-em-P2SH, P2WSH, P2WSH-em-P2SH, onde apenas os dois primeiros tipos são atualmente suportados na Trezor.
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